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quinta-feira, 23 de julho de 2015

Filmes| Cidades de Papel (2015)

Se havia filme que eu estava entusiasmado para ir ao cinema ver este verão era sem dúvida o Cidades de Papel. Primeiro porque quando vi o trailer, ainda antes de ler o livro ou sequer saber do que se tratava, fiquei logo entusiasmado. Segundo porque ao fim de ler o livro e este se ter tornado logo num favorito (se não mesmo O favorito), a ansiedade para ver o filme era ainda maior. E terceiro porque estava mesmo curioso para saber como a Cara Delevingne e o Nat Wolff se saíam como Margo e Quentin, respetivamente. Mais até a Cara porque ler o livro fez-me não sei porquê gostar dela (também da personagem dela, mas estranhamente dela) e como nunca a tinha visto como atriz, estava muito curioso.
O filme começa quando a Margo se muda para a casa à frente da do Q. Desde esse momento, ele sabe que a sua vida vai mudar para sempre. Quando eram pequenos, os dois eram grandes amigos mas aos poucos afastam-se, acabando por se tornar meros conhecidos. Até que numa certa noite, já eles estão no último ano do secundário, ela vem-lhe bater à janela e pede para ele ir numa aventura com ela. Como o Q não é um rapaz muito confiante, ao início está reticente mas acaba por aceitar. Mal ele sabe que ao fim dessa noite incrível e inesquecível, Margo desaparece. Desaparece mas deixa para trás pistas que podem ou não levar Q ao seu atual paradeiro. Ele não sabe se vai ou não encontrar Margo, mas ele não pode desistir, não fosse ela o grande amor da sua vida. 
Eu adorei, adorei o livro e estava com altas expectativas para este filme. Altas mesmo. No ano passado adorei A Culpa é das Estrelas, que também é um dos meus livros favoritos e achei que este filme tinha tudo para resultar tão bem como ele. Mas enganei-me. Fico triste de pensar assim mas este filme não esteve muito à altura do filme. O que me deixa super chateado e frustrado e só me apetece bater nas pessoas que escreveram o guião! Ok, umas pequenas mudanças podem resultar, mas mudarem cenas importantes do filme, isso não, por favor!
Vamos por partes:
Achei que o filme passou rápido demais. E não no sentido de "Oh foi tão bom que nem dei por o tempo passar". Foi mais do género de passarem de umas cenas para as outras super rápido. Eu percebo que o tenham de fazer porque nunca conseguiriam andar ao ritmo do livro dada o "curto" tempo que o filme tem de ter. Mas podiam ter sequenciado as cenas de forma a dar tempo das pessoas perceberem o que ia acontecendo e puderem digerir as novas pistas encontradas pelo Q e os amigos. Acho que acabou por tornar as coisas confusas. 
Falando das mudanças, houve algumas que resultaram muito bem. Não vou dizer propriamente quais porque assim dou spoilers. Dando só um exemplo, durante a viagem que eles fazem mais no final do filme mudaram pequenos pormenores que eu gostei e que não incomodaram de todo. MAS, MAS E AQUI SÓ ME APETECE GRITAR, odiei, odiei, odiei o facto de mudarem o final. No fundo vai dar ao mesmo, ok, eu percebo, mas o final do livro é tão bonito e eu adorava que o tivessem feito no filme. Eu gostaria do final do filme, se não tivesse lido o livro. Não percebo, a sério. Eu sinto que acabam por não fazer justiça ao livro e acreditem que 60% das pessoas que vão ver o filme leram o livro. Ou mesmo que fossem só 5%, acho que quem leu o livro e gostou do que leu e espera ver uma boa adaptação ficou desiludido.
No entanto, nem tudo foram más coisas e o filme foi salvo na minha opinião principalmente pela personagem do Austin Abrams (o Ben) que é simplesmente hilariante. Eu gostei dele no livro mas adorei-o no filme. Não há como explicar, vocês têm de ver para perceber. Além disso, houve um cameo no filme muito, muito bom e que muita gente (pelo menos eu e a sala de cinema onde eu estava) não estava nada à espera e não sabia sequer que ia acontecer. E estas cenas sabem-se, acaba sempre por vazar informação. Parabéns aos produtores por não revelarem nada! Foi uma excelente surpresa! (Literalmente toda a sala de cinema gritou "Ahhhhhhh!! Oh meu Deus!"). Ainda houve outra cena que eu gostei bastante que foi quando o Q, o Ben e o Radar cantaram a música do Pokémon, numa cena já mais a meio do filme porque além de ter sido super engraçada, foi inesperada (já que no livro isto não acontece) e consegue cativar o público porque muitos de nós (geração de 90) cresceu a ver Pokémon e consegue relacionar-se bem com as personagens naquele momento.
Quanto à prestação dos protagonistas devo dizer que gostei como sempre do Nat Wolff. Acho-o um excelente ator e sem dúvida que ele foi uma das grandes partes do filme. Quanto à Cara, eu gostei. Acho que este deve ter sido o primeiro papel assim grande de cinema dela e estávamos todos um bocado ansiosos para ver como se saía. E acho que para a personagem da Margo resultou bem. Claro que podiam ter arranjado alguém que tivesse mais experiência mas fisicamente ela é a minha Margo, e já por isso me dou por feliz.
Não quero de todo desencorajar-vos de ver o filme porque nem todos temos os mesmos gostos e eu fui com vários amigos e pude ter vários pontos de vista. Eu e duas amigas que lemos o livro à pouco tempo ficámos desiludidos. Mas outras três amigas que também leram o livro mas já 1-2 anos gostaram imenso. Mais até que do A Culpa é das Estrelas
Falando disso, não vão para a sala de cinema com a esperança de verem algo parecido com o A Culpa é das Estrelas, no sentido de verem um drama com romance. Não, este filme é muito diferente dele. Sinceramente, a única coisa em comum é o Nat Wolff, que aparece nos dois porque de resto são filmes opostos. O Cidades de Papel é um filme de descoberta, de aventura, de aprendizagem, de desilusões, de mistério, etc. E foi isto que me cativou tanto no filme como no livro. No entanto, para mim o livro resultou bem melhor.
Irrita-me imenso que o filme possa ter sido bem melhor e não o foi muito graças ao guião. Mesmo assim nada disto mudou a minha opinião do livro. Apenas me ensinou que a partir de agora vou com 0 expectativas para filmes adaptadas de livros.

Classificação: 8/10

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